CRÓNICA AO SABOR DA VIDA | Germano Rocha

É minha intenção nas minhas próximas crónicas enaltecer valores da nossa comunidade, de diferentes quadrantes, que andam longe das luzes da ribalta. Lá diz a voz do povo que quem não é falado é esquecido.
Um deles é o músico e fadista Germano Rocha, com um percurso artístico digno dos maiores elogios. Pessoa simples, diria mesmo humilde, de grande afabilidade e simpatia, com quem é sempre um prazer cavaquear.
Já não me recordo com exactidão quando se deu o nosso primeiro encontro mas tenho bem presente que, mais tarde, no decorrer dos preparativos para um jantar de homenagem ao saudoso Joviano Vaz, que ocorreu há alguns anos no restaurante Chez le Portugais, lhe pedi para musicar e interpretar uma poesia do homenageado ao que ele acedeu prontamente, com a disponibilidade de sempre.
Mais recentemente, em 2017, numa homenagem póstuma a Joviano Vaz, num evento literário promovido pela Biblioteca José d’Alamansor, mais uma vez acedeu ao meu convite para colaborar com a organização, ocasião que foi aproveitada para aflorar o seu percurso singular.
Posto isto, quem é Germano Rocha? Sem grandes pretensões, aqui deixo a sua biografia colhida na sua página na internet pela qual os leitores já poderão avaliar a dimensão artística e humana deste homem, que é de toda a justiça realçar.

Germano Rocha, na realidade Germano Pereira da Rocha, nasceu em Santa Marta de Portuzelo, berço do folclore minhoto. Após os estudos técnicos que o levaram ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Paris foi o primeiro ponto visado por Germano Rocha. Pouco tempo depois da sua chegada à Cidade da Luz, foi descoberto pelo o célebre musicógrafo francês Jean Witold.
Este encontro permitiu a Germano Rocha realizar em pouco tempo vários discos, gravados pelas firmas Polydor e Barclay. Após os discos, sucederam-se várias representações nas televisões e espectáculos, não apenas em França, como também na Bélgica, Suissa, Dinamarca, etc.
Tendo conhecido as principais cidades da Europa e alguns centros em Marrocos, o desejo de conhecer a América levou-o a Montreal em 1967, data na qual se realizava a grande Exposição Internacional denominada «Terre des Hommes».
Assim começou o vaivém entre Paris et Montreal, porque no ano seguinte à Exposição o, o Ministério da Cultura convidou-o, a voltar ao Canadá, desta vez para realizar uma digressão artística pelas principais salas de espectáculos do país.
Em 1978 e 1979, foi nomeado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, comissário geral do pavilhão de Portugal no certame internacional de « Terre des Hommes » em Montreal.
Germano Rocha conseguiu reunir no mesmo pavilhão Portugal continental, as regiões autónomas da Madeira e dos Açores e também o território de Macau.
Esta exposição, mereceu os melhores elogios da imprensa canadiana.
Em Montreal, o artista lançou alguns trabalhos a que deu o título genérico de “Germano Rocha chante Les grands Poètes Portugais”.
Durante vários anos, foi proprietário dum restaurante de cozinha portuguesa na cidade do Quebeque.
Germano Rocha, é membro da “Guilde des Musiciens du Québec”, da “Sociedade dos Autores Compositores do Canadá, e membro Honorífico da Confraria des Enologistas do Québec.
O Canadá já o homenageou, escolhendo uma das suas canções escrita em francês, para ser arquivada no Museu do Homem da cidade de Ottawa na selecção intitulada “Many are strong among the Strangers”
Presentemente, reformado, reparte a sua vida entre o Canadá e Portugal.

Escrito por Manuel Carvalho